Pensamentos

Estranhamente 2017 foi um ano bom demais pra mim.

Estranho porque o panorama era desolador. Depois do golpe de 2016 e os sucessivos retrocessos orquestrados pelos políticos “de bem”, não dava para esperar muita coisa boa no âmbito profissional/artístico.

Porém… A CiaSenhas foi selecionada para integrar a programação da circulação nacional do Palco Giratório do SESC com o espetáculo “FUI!” e esta experiência foi, certamente, uma das mais significativas da minha vida.

O Palco Giratório é um evento que promove o intercâmbio de artistas e seus respectivos trabalhos por todas as regiões do país. Graças a este evento inúmeras pessoas podem usufruir das diferentes expressões e manifestações artísticas oriundas dos diferentes cantos do país. É claro que é apenas um mosaico da produção nacional (impossível dar conta da multiplicidade artística maravilhosa do nosso país), mas já é uma iniciativa incrível realizada há muitos anos.

Nos apresentamos em Porto Alegre, Cuiabá, Rondonópolis, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Araxá, Brasília, Porto Velho, São Paulo, Florianópolis, Ijuí, Santa Rosa, Santa Maria, Alegrete, Camaquã, Manaus e Boa Vista.

Poder viajar por todos estes lugares, conhecer estas cidades e seus habitantes, interagir com outras plateias, conviver com meus amigos/parceiros da cena, redimensionou o sentido da arte pra mim.

A manifestações artísticas são sim essenciais nas sociedades e devem ser incentivadas e valorizadas pelo poder público e sociedade civil.

Depois da experiência do Palco Giratório sinto-me mais humano.

Em meio às viagens ainda pude criar e apresentar o espetáculo de contação de histórias “Os Malasartes” que me deixou extremamente realizado, pois foi o primeiro espetáculo da minha empresa – Barbas de Molho, que foi criada na metade de 2016 – e pela característica popular do trabalho.

Também iniciamos uma circulação pelo interior do Paraná com um espetáculo da Inominável Companhia de Teatro (“Do cão fez-se o dia”) e que se encerrará no início de 2018.

E por falar em 2018…

Estrearei um novo espetáculo com a Inominável chamado “Cantando Vírgulas”; na CiaSenhas teremos espetáculos, oficinas e viagens; e executarei um projeto com narrativas afro-brasileiras orientando algumas ações de contação de histórias.

Certamente no meio do caminho novas trilhas ainda se abrirão.